terça-feira, 28 de agosto de 2007

Líder: Você é?






Estava conversando dias desses com uma amiga pelo MSN, ela, ao ver esse Blog, me convidou para ministrar uma palestra em sua faculdade em outubro. Perguntei sobre o que ela queria que discorresse e ela me falou: “Liderança”.

Se observarmos bem, impressiona o número de livros lançados nos últimos anos sobre o tema. Abordando essa característica tão almejada sob as mais variadas facetas. Como é um tema fascinante e que desperta interesses dos mais variados, resolvi escrever um pouco sobre os “mitos” e as “verdades” da Liderança.

Hitler e Napoleão estão entre os líderes mais destacados da história, mas de forma negativa, e nem preciso dizer o por quê. Em ambos havia o foco no poder a qualquer custo e uma vaidade imensa de querer moldar as coisas à sua maneira, ao seu modo de ver o mundo.

De fato, nada pode funcionar na base do “faça ou será punido”, condição que tanto Hitler quanto Napoleão impunham aos seus comandados.

Certa vez me perguntaram se ser chefe é ser líder. Respondi que deveria ser, mas o que se vê na maioria dos casos são pessoas imbuídas de poder, que quando deixam seus cargos amargam o desprezo das pessoas que os conhecem.

A diferença entre gerenciar e liderar serve para esclarecer um pouco mais o que é ser líder: gerenciar é cumprir tarefas determinadas, seguir normas, portanto, uma atitude passiva. Liderar requer pró-atividade. É quando você se dá conta de estar executando tarefas fora do contexto, mas que beneficiam a todos. É quando na ausência do titular da função você se apresenta e resolve, antecipando a solução sem ter sido solicitado.

Gregory Smith, presidente da consultoria Chart Your Course International, de Conyers, na Geórgia – USA ajuda-nos a relembrar alguns “mitos” sobre liderança:

• Genética: muitas pessoas acreditam que os líderes nascem com esta característica, de maneira que quem não a tem jamais a terá. Este conceito é um absurdo. A liderança é a construção do ser.

• Carisma: nem todos os grandes homens da humanidade foram ou são carismáticos. Sabe-se que as habilidades pessoais são mais importantes em uma liderança do que as habilidades técnicas. Além disso, a capacidade de relacionar-se não está apenas em ser gentil. Em muitos casos, não ser grosseiro já é o bastante.

• Posição hierárquica: teoricamente, as pessoas com maior tempo de casa, com mais experiência seriam os líderes, mas a realidade mostra outras direções. O “Brilho Apagado”, matéria da Revista Exame, em edição recente, mostrou que os vícios e o comodismo contribuíram muito para o insucesso de algumas grandes empresas. É preciso habilidade, gostar de desafios, estar aberto às inovações, estar de olho nas projeções futuras.

• Informação: não é o número de diplomas ou certificados que faz o líder. Chama atenção a arrogância que alguns detentores de MBA exibem. É preciso habilidade para lidar com o melhor e maior dos capitais, o ser humano.

• Coação e Manipulação: este é comportamento das pessoas que denominamos “touros sentados na vida”. Elas desconhecem que é preciso compreensão, empatia, colocar-se no lugar do outro, vivenciar como se fossem dele as dificuldades de seus colaboradores.

Os “touros sentados na vida” só serão líderes quando deixarem de preocupar-se com títulos, cargos, salas decoradas e agendas lotadas e perceberem que para motivar e arregimentar pessoas têm em primeiro lugar que acreditar em si mesmos, depois, nos ideais que defendem e por último planejar com paixão a rota para suas conquistas.

Encerro com uma frase de Gregory Smith que resume a essência da liderança:

“Você se torna um líder quando as pessoas seguem seus passos sem perguntarem o porquê”.

Boa semana!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Mudar sempre para continuar o mesmo.


Quando eu ainda trabalhava como gerente de marketing, fui convocado para fazer a "integração" de um novo funcionário que acabara de ser contratado.

Antes do processo eu normalmente inicio uma conversa informal, afinal ajuda muito você conhecer melhor alguém prestes à conviver contigo cerca de 10 horas por dia.

Nesse bate-papo percebí que ele, agora já mais relaxado, pois já havia sido contratado, mostrou-se bastante "receptivo" ao que chamou de ganhar $$$ conosco.

Aquilo me bateu um tanto estranho... como assim ganhar $$$ conosco?

Essa situação me fez lembrar uma história muito interessante, contada por um professor meu na época da faculdade, chamada "O Tesouro de Bresa", onde uma pessoa pobre compra um livro com o segredo de um tesouro.

Para descobrir o segredo, a pessoa tem que decifrar todos os idiomas escritos no livro. Ao estudar e aprender estes idiomas começa a surgir oportunidades na vida do sujeito, e ele lentamente (de forma segura) começa a prosperar.

Depois ele precisa decifrar os cálculos matemáticos do livro, é obrigado a continuar estudando e se desenvolvendo, e sua prosperidade aumenta. No final da história, não existe tesouro algum - na busca do segredo, a pessoa se desenvolveu tanto que ela mesma passa a ser o tesouro.

Penso que o profissional que quiser ter sucesso e prosperidade precisa aprender a trabalhar a si mesmo com muita disciplina e persistência. Vejo com frequência as pessoas dando um duro danado no trabalho, porque foram preguiçosas demais para darem um duro danado em si mesmas. Os piores são os que acham que pode dar duro de vez em quando, ou que já deram duro e agora podem se acomodar.

A acomodação é a maior inimiga do sucesso, e é importante entender que o processo de melhoria não deve acabar nunca.

Por isso dizem que a viagem é mais importante que o destino. O que você acaba sendo é mais importante do que você tem.

A pergunta importante não é "quanto vou ter?", mas sim "no que vou me transformar?". Não é "quanto vou ganhar?", mas sim "quanto vou aprender?".

Pense bem e você notará que tudo que tem é fruto direto da pessoa que você é hoje. Se você não tem o suficiente ou acha que o mundo é injusto, talvez esteja na hora de rever esses conceitos.

Um dos porteiros dessa mesma empresa me vem logo à mente.

Um rapaz conversador e cuja empatia estabeleceu-se desde meu primeiro dia lá. Conversávamos bastante sobre assuntos do cotidiano. É porteiro há 20 anos, passa 8 horas por dia sentado atrás de uma mesa. Nunca o peguei lendo um livro. Estava sempre lendo o caderno de esportes do Estadão, ou reclamando do governo, do salário, do tempo.

É um bom porteiro, mas em todos estes anos poderia ter se desenvolvido e hoje ser melhor do que é.

Continua porteiro, sabendo (e fazendo) exatamente as mesmas coisas que fazia (e sabia) há 20 anos atrás. Aí reclama que o sindicato não negocia um reajuste maior todos os anos.

Nunca consegui fazê-lo entender que as pessoas não merecem ganhar mais só porque o tempo passou. Ou você aprende e melhora, ou merece continuar recebendo exatamente a mesma coisa.

Produz mais, vale mais? Ganha mais.
Produz a mesma coisa? Ganha a mesma coisa.

Simples assim!

Os nossos rendimentos raramente excedem nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Às vezes alguns têm um pouco mais de sorte, mas na média isso é muito raro. É só ver o que acontece com ganhadores de loterias, astros, atletas. É comum em poucos anos perderem tudo.

Estejam certos do que vou lhes dizer agora. Se todo dinheiro do mundo fosse repartido igualmente, em pouco tempo estaria de volta ao bolso de alguns poucos. Porque a verdade é que é difícil receber mais do que se é.

Para ter mais amanhã, você precisa ser mais do que é hoje.

Esse deveria ser o foco do meu novo companheiro de trabalho. E deve ser o foco de nossa atenção também.

Não são necessários saltos revolucionários, nem esforços tremendos e repentinos.

Melhore 1% todos os dias (o conceito "Kaisen"), em diversas áreas de sua vida, sem parar. Continue, mesmo que os resultados não sejam imediatos e que, aparentemente, pareçam que não estão surtindo efeito.

Porque existe uma outra situação na qual encontra-se muita gente. A situação de não mudar. E se você não mudar quem você é, você continuará obtendo o que sempre obteve.

Freud uma vez disse: "Loucura é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes".

Pense nisso!