quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Os dois lados da balança




Fechar parcerias com marcas fortes pode ser uma ótima oportunidade para obter algo de que, em alguma etapa do crescimento, quase toda pequena ou média empresa precisa: atrair as atenções para seu nome de uma forma que ele não seja esquecido tão cedo. Tentar fazer isso sozinho não é uma tarefa fácil. Nos setores onde há muitos concorrentes e o público é disperso, uma ação efetiva pode exigir investimentos nem sempre ao alcance das empresas menores.

Por diluir esses riscos, a associação de marcas é uma estratégia de marketing especialmente adequada às pequenas e médias empresas. Apoiadas em um parceiro já renomado, elas podem conseguir boas oportunidades com custos acessíveis.

Nesse aspecto é preciso analisar todas as variáveis antes de fechar um acordo desse tipo. Para que faça sentido, a parceria deve trazer alguns benefícios mínimos, como redução de custos e acesso a um público maior ou mais qualificado. Deve-se, ainda, ter muito cuidado para evitar alguns riscos que podem causar frustração, côo atrair um público indesejado ou permitir que a marca fique escondida na sombra da empresa maior.

Relacionado abaixo estão os principais benefícios e riscos envolvidos em uma estratégia de associação de marcas.


Benefícios

Reforçar o posicionamento
Duas empresas com características semelhantes unidas em uma ação promocional tendem a reforçar os valores que as marcas transmitem.

Aumentar a visibilidade
As empresas somam os canais que possuem para a divulgação das marcas e passam a comunicar seus produtos e serviços a um número maior de consumidores.

Reduzir investimentos
Os custos dos materiais e os gastos com as ações normalmente são divididos entre as partes – o que pode resultar num marketing dirigido, barato e eficiente.


Riscos

Manchar a imagem
É sempre possível que a outra empresa enfrente um problema financeiro no meio do caminho ou cometa um erro estratégico que possa respingar em sua marca durante a parceria.

Atingir o público errado
Como parte da divulgação costuma ficar por conta do parceiro, as ações podem ser dirigidas a um público que não interessa, desperdiçando esforços e recursos.

Ser ofuscado pelo parceiro
As marcas precisam ter exatamente o mesmo destaque no material de divulgação. Mas é preciso cuidado para não ficar na sombra do parceiro.
fonte: Exame PME

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Motivação


Ninguém motiva ninguém!

Esse é um dos maiores paradigmas que encontramos no mundo corporativo. É um fato. Não é possível motivar as pessoas.

Mas desmotivá-las... Ah! Isso é muito simples. Basta a falta de transparência, coerência e honestidade nas relações de trabalho.

Os treinamentos oferecidos nas empresas, que levam o rótulo de treinamentos motivacionais, na verdade deveriam levar o nome de treinamentos estimulantes.

A motivação é interna. Nasce de dentro para fora.

A estimulação é externa, provocada de fora para dentro.

Por ser a motivação interna, podemos entender o porquê os livros de auto ajuda são campeões de vendas, mas o nível de mudança real é pouco perceptível no coletivo da humanidade.

Tendemos a nos emocionar por livros lidos, cursos realizados, etc. Mas as mudanças pessoais só acontecem se a estimulação externa nos tocou a alma, provocando a motivação pessoal para mudanças.

Para medirmos os resultados de um treinamento dentro de uma organização, é necessário ter-se no setor de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) procedimentos de monitoramento aos colaboradores treinados, visando à percepção do nível de motivação destes.

Empresas com posturas de treinamentos “pó de arroz”, onde se contrata “gurus motivacionais” para motivar colaboradores, são empresas que ainda não entenderam o real significado da Gestão de Pessoas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Gente inteligente... reação irracional.

“Uma criatura encouraçada, com três chifres, pasta ao sol. Placidamente, marca sua área com excrementos do tamanho de melões. A terra é sua. O que nela cresce é seu. O ar é seu. Se alguém quiser disputar sua posse, aquiecerá com todo prazer. Avante, diz bufando. Faça-me ganhar o dia”.

Um dos grandes desafios dos ambientes corporativos é lidar com a territorialidade. Quando as pessoas se comportam de maneira territorial, parecem cômicas para outros e até se sentem engraçadas, mas não param. A territorialidade é coisa séria. É programada tão no íntimo que, para ser bem-sucedido nos negócios, temos de conviver com ela e compreende-la.

Falarei aqui sobre a territorialidade na sua forma mais simples. Considere sua mesa. Como se sentiria se chegasse para trabalhar e descobrisse que mexeram no material que estava em cima da mesa? Pior, como reagiria se levasse algumas pessoas para uma reunião na sua sala e uma delas se sentasse na sua cadeira?

Você ficaria numa posição muito penosa. Uma parte de você diria no seu íntimo: “É a minha cadeira! Ele não tem o direito de fazer isso!” E a outra ponderaria: “Não seja tolo. É apenas uma cadeira”.

O alvoroço que você sentiria nessa situação é forte e irracional e vem diretamente dos nossos mais irracionais instintos. Estamos programados para considerar determinados espaços como pertencentes a nós. Nós os marcamos com nossas coisas, como quadros e calendários nas paredes do escritório, porta-retratos sobre a mesa, ou a poltrona de descanso em casa e a pilha de marcadores territoriais perto dela – os jornais e revistas – e os adesivos colados nas bordas do monitor do computador? Sim meus amigos: são excrementos territoriais, que delimitam seu território.

Os nomes também são importantes. Nossa mente instintiva e irracional não faz distinção entre o nome do objeto e o objeto em si. Pense em seu cargo e no que sentiria se alguém o entendesse errado. Ou talvez, alguém diz que seu carro é cinza, quando sua verdadeira cor é “Fumaça de Floresta Negra” (afinal foi assim que veio especificada na NF da fábrica). Se alguém se intrometer em seu território, você se sentirá atacado. Isso não é racional, mas é consistente. Sentimo-nos tolos quando agimos assim, mas nem por isso deixamos de faze-lo.

Invadir o espaço pessoal de alguém pode ser um artifício para manter o domínio de uma situação. Quando o caso é com a gente, sabemos que algo está acontecendo, mas muitas vezes, é difícil falar sobre uma questão que nos parece irracional.

O territorialismo também pode ser positivo, quando leva ao sentimento de grupo. As pessoas precisam sentir que seu trabalho é importante e exige habilidades especiais e que nem todo mundo é capaz de realiza-lo. Pense no lema do comercial das forças armadas que está no ar na TV atualmente: “Estamos procurando alguns homens competentes”. Esses sentimentos de afiliação e lealdade, que surgem em nosso irracional, são essenciais para a motivação.

Como lidar com a territorialidade?

A melhor maneira de enfrentar a territorialidade é concordar com ela e considera-la um mal necessário, porque ela causará sérias encrencas se não for levada a sério. O melhor meio de lidar com questões territoriais é de frente, mas não através de confronto.

Os médicos, por exemplo, logo aprendem que, se chegarem em um andar do hospital e não falarem com a enfermeira-chefe, terão muito mais dificuldade para realizar seu trabalho nesse andar. Da mesma maneira, se a parte do prédio onde você precisa ir é território de alguém possessivo, telefone antes e explique a razão de ir lá ou passe pela sala da pessoa e explique o que está fazendo ali e quanto tempo pretende ficar.

O maior problema que as pessoas parecem ter com os defensores de território é não levar á sério a territorialidade deles e movimentar-se na fronteira. Talvez você considere uma tolice defender territórios, mas, para quem o faz, isso é a própria vida.

Até semana que vem.