domingo, 28 de outubro de 2007

Inteligência Competitiva


Muito têm-se falado em inteligência competitiva, mas como seu contexto pode ser aplicado às micro e pequenas empresas?

Inteligência Competitiva é o resultado da análise de informações e dados coletados que irá embasar decisões. É feita aqui a distinção entre "dado" (valor sem significado), "informação" (dado com significado) e "conhecimento" (informação estruturada e contextualizada). O conhecimento (ou "inteligência") é o elemento habilitador da decisão. O processo de Inteligência Competitiva é que dá a visão geral consistente, a partir das informações.

No mercado atual, o conhecimento é a principal vantagem competitiva. O uso generalizado de tecnologia trouxe automação para as atividades rotineiras nas empresas, substituindo a mão-de-obra menos qualificada por sistemas de informação. O avanço das telecomunicações em geral, e da Internet em particular, facilitou a globalização e a integração dos mercados internacionais. A abertura do mercado brasileiro, iniciada na década de 1990, alterou completamente o cenário competitivo.

Há muitos debates nos meios especializados sobre o potencial competitivo das pequenas empresas em uma economia fortemente baseada em inovação. Por um lado, as grandes empresas têm muito mais recursos, em geral, para investir no desenvolvimento de novos processos e produtos. Já as pequenas empresas, muitas vezes, têm uma cultura mais flexível e propensa à inovação e à adaptação às mudanças. Como a aversão ao risco, em geral, é menor nas pequenas empresas, elas conseguem atuar em nichos menores e mais especializados.

No entanto, as grandes empresas têm uma série de vantagens para inovar em relação às pequenas, como maior acesso ao crédito, economia de escala e maior poder político. As pequenas empresas têm normalmente menos acesso ao crédito, menor capacidade de investimento e são mais sensíveis aos ciclos econômicos.

Nesse novo ambiente, cabe a pergunta: qual o espaço das micro, pequenas e médias empresas? Há condições para que as pequenas empresas possam competir nesse novo cenário? Que vantagens competitivas as pequenas empresas podem ter na chamada "Era do Conhecimento"? E quais obstáculos estão encontrando? O que pode ser feito?

Os especialistas acreditam que as novas tecnologias, entre elas a Internet, podem trazer maior competitividade às pequenas empresas.

Novas atividades especializadas, como serviços on-line, desenvolvimento de software, editoração eletrônica, multimídia e gestão de conteúdo em geral, podem ser exploradas. E, por outro lado, os sistemas de comércio eletrônico tendem a permitir a aquisição de vantagens competitivas, ao reduzir custos de marketing, distribuição, atendimento ao cliente etc.

O importante não é a tecnologia usada para fazer a comunicação, mas a comunicação em si. Não é o nome, a sofisticação ou a abrangência da iniciativa, mas seu conteúdo.

A questão essencial não é a tecnologia nem qualquer teoria. O ponto central para as pequenas empresas é a competitividade. E na chamada Era do Conhecimento, para ser competitiva, uma empresa precisa ser rápida nas suas reações às mudanças de mercado, inovadora na sua proposição de valor e feroz na disputa pelas oportunidades de mercado.

Cabe aqui uma reflexão final sobre condições para a competitividade das pequenas empresas, e de como a Gestão do Conhecimento pode ajudar.

Em primeiro lugar, as pequenas empresas devem reforçar o caráter local de seus produtos e serviços. Num mundo de marcas globalizadas, o caráter regional de um produto de origem artesanal, por exemplo, pode ser um diferencial competitivo e poderá servir de base para divulgação do produto para o mercado consumidor dentro e fora do âmbito regional.

Um outro aspecto a ser considerado é a associatividade entre as pequenas empresas, visando o ganho de escala e a complementação de competências.

A formação de "comunidades de práticas", envolvendo profissionais, pequenos empreendedores e produtores, seja on-line ou em encontros presenciais, é uma forma de apoio mútuo, troca de informações, formação de parcerias e associações. Ao contrário das grandes empresas, nas pequenas empresas em geral a falta de competências específicas ao longo da cadeia de valor agregado, no processo produtivo, tende a ser maior.

A associação com fornecedores de soluções complementares e a formação de parcerias é uma forma de contornar este ponto fraco.

Vários especialistas destacam que é crucial redirecionar o padrão de gestão tecnológica nas pequenas empresas, criando uma filosofia mínima de uso de padrões de produção e aplicação de princípios básicos de metrologia aos produtos. Principalmente em setores onde o nível de educação formal é mais baixo, há grande carência de informações nessa área. E os padrões de qualidade são uma exigência cada vez maior dos consumidores.

O uso de informação tecnológica ainda é bastante raro nas Pequenas empresas, no Brasil, de uma forma geral. Não só nos setores mais dinâmicos, mas também em outros mais tradicionais, a abordagem da inteligência competitiva pode ser usada para alavancar o conhecimento sobre as respectivas tecnologias envolvidas na área de atuação da pequena empresa.

Por sua vez, a gestão do relacionamento com consumidor é fundamental no mercado competitivo atual. A memória organizacional desse relacionamento pode ser de grande valor para a pequena empresa, tanto ou mais do que para empresas de porte maior. E, em geral, pelo menos no Brasil, a "era da atenção total ao cliente" ainda não parece ter chegado à maioria das pequenas empresas.

Por fim, mas não menos importante, a atuação das pequenas empresas de forma cuidadosa e integrada com as questões ambientais pode se tornar, aos olhos do mercado consumidor, um diferencial competitivo. Por sua natureza e contexto regional, a pequena empresa tem todas as condições de tirar vantagem da exigência crescente dos consumidores por empresas ética, social e ambientalmente conscientes.

Enfim, há muito o que pode ser feito, na abordagem da Gestão do Conhecimento, pela competitividade da pequena empresa. Como para todos os demais participantes do ambiente de mercado global hoje, o desafio é ser competitivo sem ser excludente. É ser viável economicamente sem ter que, para isso, infringir as regras da sociedade ou as leis da conservação da natureza.

Os desenvolvimentos recentes em Informática , Telecomunicações e mesmo em Administração, estão propiciando às pequenas empresas espaços de atuação, ferramentas e recursos de informação que, até pouco tempo atrás, só eram vistos em grandes corporações. A Gestão do Conhecimento não se restringe às empresas de maior porte, podendo ser útil nessa busca por uma "utopia real" de um Brasil inserido na "Era do Conhecimento", com pequenas empresas rápidas, inovadoras e ferozes.

Essas são questões que cada vez mais irão preocupar as pequenas empresas, os governos e a sociedade brasileira em geral.

Até semana que vêm.

Um comentário:

Anônimo disse...

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